16 de março de 2007

É oficial, o PFL se transformou em PD

Ramificação do PDS, que se chamava Arena na década de 70 - partido que dava sustentação política para a ditadura militar no Brasil - o PFL agora se chama Partido Democrata. Apenas mais uma das inúmeras ironias que a política cria.

A escolha do nome faz parte de um programa de reformulação do partido. Querem mudar sua imagem, sua presença no eleitorado da classe média brasileira. Alguma coisa era necessária depois da incrível derrota nas últimas eleições - de onde saíram apenas com o Distrito Federal - e um processo de encolhimento de bancada feroz.

Junto com o nome, parece mudar também o eixo de poder dentro do partido. Perdeu força o PD nordestino - cuja grande liderança continua a ser ACM - e ganha força o PD do Centro-Sul, que tem como principais lideranças Cesar Maia, prefeito do Rio de Janeiro, seu filho Rodrigo Maia - atual presidente do partido, e Jorge Bornhausen, ex-presidente do partido e ex-senador. A falta de força do PD nordestino ficou expressa na derrota de ACM Neto para líder da bancada. Apesar disso, todos reconhecem a importância do carlismo para o PD. O partido perderia muito sem a força das oligarquias nordestinas.

O novo nome também é revelador. Parece que faz parte de uma estratégia de se contrapor a um partido de cunho autoritário. Ou seja, enquanto constrói a imagem de democrata, é fundamental para o PD rotular o PT e Lula como inimigos da democracia. O discurso tem boa aceitação em grande parte de nossa mídia, mas é muito difícil de engolir.

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